Atualmente no Brasil, existem 4 marcas de vacinas para a COVID-19 sendo aplicadas. São elas: CoronaVac, Covishield, Pfizer e Janssen.

A CoronaVac, em parceria com o Instituto Butantan, é uma vacina constituída por vírus inativado, sendo a mais comum no mercado. Este modelo de vacina tem por objetivo desenvolver resposta imune contra as mais variadas proteínas do vírus. Chamada de vacina de 1ª geração (vacinas consideradas clássicas), onde o vírus é utilizado de forma inativado ou atenuado para gerar resposta imunológica, ou seja, nessa forma o vírus não é capaz de se replicar. Sua produção é a partir de cultivo do SARS-CoV-2, em seguida se faz a inativação química do vírus e purificação obtendo assim a vacina para COVID-19.

Covishield, em parceria da Oxford, Astrazeneca e FioCruz, é uma vacina fabricada com vetor viral (novidade no mercado). É considerada uma vacina de 3ª geração, ou seja, é feita a partir do material genético do vírus ou vetorizada onde se utiliza um vírus enfraquecido que transporta os genes virais para dentro das células, desencadeando uma reação imunológica. No caso da Covishield, um vetor viral que carreia material genético do vírus (RNA), faz a indução da proteína SPIKE do vírus (especificamente da proteína S). Quando o paciente recebe a vacina, é expressada a proteína S e o organismo do indivíduo irá produzir anticorpos basicamente contra a proteína SPIKE. Esta vacina tem por objetivo que o sistema imunológico ao entrar em contato com o vírus, seja capaz de neutralizar o vírus ligando os anticorpos na proteína SPIKE. Entre as duas vacinas, existe uma diferença significativa, pois a CoronaVac induz a produção de anticorpos contra várias proteínas do vírus e a Astrazeneca faz resposta basicamente à proteína SPIKE.

Já a vacina Pfizer / BioNTeck, também de 3º geração, utiliza uma tecnologia inovadora de RNA mensageiro (mRNA). Consiste utilizar material genético sintético, responsável em carrear o código genético do SARS-CoV 2 e estimular a produção de anticorpos contra as proteínas da superfície do vírus pelo organismo.

De acordo com a Pfizer, uma vacina de mRNA funciona da seguinte forma:

1. Utilizando uma fita de mRNA, a vacina codifica um antígeno específico daquela doença – neste caso para COVID-19;

2. Quando o mRNA é inserido no organismo, as células usam a informação genética para produzir esse antígeno;

3. O antígeno se espalha pela superfície das células e é reconhecido pelo sistema imunológico, que entende que aquela proteína não faz parte do organismo e passa a produzir anticorpos para combater aquela doença.

Ainda de acordo com a Pfizer, a tecnologia de vacina utilizando mRNA sintético possui alto potencial de resposta imunológica, segurança e capacidade rápida de produção, podendo ser estratégica para o atual cenário de pandemia devido a agilidade em alteração do antígeno a ser codificado, caso seja necessário.

Pesquisas publicadas pelo periódico New England Journal of Medicine (abril/2021 e março/2021) apontou proteção desta vacina contra a cepa sul africana (B.1.351) e ação neutralizante para a variante P.1 em Manaus.

Em relação à vacina da Janssen, sua formulação é baseada na utilização do adenovírus como vetor, carregando o material genético da proteína “S”, presente no Coronavírus. O adenovírus é um tipo de vírus capaz de causar resfriado comum em humanos. Com a modificação genética para desenvolvimento da vacina, este adenovírus perde a capacidade de se replicar e não causa resfriado. Ao receber a vacina com o adenovírus geneticamente modificado para carregar informações da proteína SPIKE (S), o corpo humano inicia um processo de defesa e produz anticorpos contra o invasor.

De acordo com a publicação de dados em janeiro de 2021 na New England Journal of Medicine, estudos preliminares demonstraram que, após uma única dose desta vacina, anticorpos neutralizantes de COVID-19 foram detectados em mais de 90% dos participantes do estudo no dia 29 e em 100% dos participantes no dia 57.

Importante ressaltar: estudos demonstram que as vacinas protegem satisfatoriamente a forma grave da doença, porém não impede que ocorra a infecção por COVID-19. Portanto, os cuidados para prevenção da COVID-19 devem continuar mesmo após tomada a vacina, mantendo o distanciamento social, uso de álcool em gel, higienização de mãos, alimentos e ambientes. 
Além disso, vale lembrar que para se obter o resultado esperado, as vacinas citadas neste blog devem ser tomadas em duas doses, com seus intervalos de tempo respeitados (Coronavac intervalo de 14 a 28 dias; Covishield intervalo de até 90 dias; Pfizer intervalo de 21 dias; Janssen apenas uma dose).

Referências:

Webinar DB: COVID19 – Variantes e novos testes para diagnóstico e avaliação de eficácia das vacinas – Variantes preocupantes do COVID-19 – Dr. Mário Janini.

Pfizer Press Release (October 16, 2020). An Open Letter from Pfizer Chairman and CEO Albert Bourla. Available at:
https://www.pfizer.com/news/hot-topics/an_open_letter_from_pfizer_chairman_and_ceo_albert_bourla (Cited October 19, 2020).

Pfizer Press Release (October 06, 2020): “BioNTech and Pfizer Initiate Rolling Submission to European Medicines Agency for SARS-CoV-2 Vaccine Candidate BNT162b2”. Available at: https://www.pfizer.com/news/press-release/press-release-detail/biontech-and-pfizer-initiate-rolling-submission-european  (Cited October 19, 2020).

Vacina de RNA mensageiro – https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias%20/vacina-de-rna-mensageiro . (Acessado 30/04/2021) Vacina Janssen – https://www.janssen.com/brasil/Pesquisa-Desenvolvimento-da-vacina-candidata-da-Janssen-contra-COVID-19  (Acessado em 11/06/2021)

Eficácia das Vacinas aplicadas no Brasil – https://gq.globo.com/Corpo/Saude/noticia/2021/06/entenda-eficacia-das-quatro-vacinas-contra-covid-19-aplicadas-no-brasil.html  (Acessado 28/06/2021) 

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